segunda-feira, 16 de março de 2009

Reflexão 1ª Semana

Na primeira semana da componente prática da unidade curricular de Prática Pedagógica IV, baseamos a escolha do tema principal das actividades a desenvolver no diálogo prévio com a educadora cooperante e de acordo com a Pedagogia de Projecto.
Foi-nos confidenciado que as crianças apresentavam algumas dificuldades no grafismo, permanecendo ainda numa fase primitiva do grafismo, não manifestando quaisquer evoluções a nível da representação gráfica.
Deste modo, e com o intuito de promover uma evolução a este nível, planeámos basear a semana de componente prática no tema “ O grafismo”.
No decorrer da semana, foram realizadas actividades predominantemente na área da expressão plástica, tais como, pintura, desenho livre e estampagem.
De acordo com a nossa observação no inicio da semana, o grupo apresentava grande dificuldade na preensão do lápis de cor fino, uma vez que estavam familiarizados com as cores de cera grossas. Devido à grossura das cores as crianças tinham tendência a segurá-las com a superfície palmar da mão, daí a dificuldade das crianças de efectuar uma preensão mais correcta do lápis de cor.
Com o passar da semana, verificámos uma evolução significativa no que diz respeito à preensão do lápis, levando-nos a deduzir que a dificuldade verificada no início da semana não era devida a um atraso no desenvolvimento do grafismo mas sim ao não contacto com os lápis de cor mais finos.
Como meio de tentar identificar mais especificamente a fase do grafismo em que o grupo se encontrava, recorremos à utilização de fichas, apesar da divergência de opiniões relativamente ao recurso das mesmas. Esta avaliação poderia ser feita sem o recurso às mesmas, recorrendo apenas ao desenhos livres, mas, no nosso entender, as crianças, quando lhes solicitado, apresentavam desenhos completamente divergentes. Ou seja, enquanto que nos desenhos livres apresentavam, na sua grande maioria, rabiscos, efectuados sem prestar muita atenção ao trabalho que estavam a realizar, a realidade do trabalho efectuado nas fichas era precisamente o contrário. Na realização das actividades com fichas, o grupo apresentava maior concentração e coordenação dos movimentos, efectuando trabalhos que antes não pensávamos (nós e a equipa da sala) que fossem capazes de realizar. A conclusão a que chegámos é que o grupo da sala branca, apesar de se dispersar muito rapidamente das actividades, quando lhe proposta uma actividade concreta, no que diz respeito ao domínio da expressão plástica, especificando o conteúdo do desenho, são capazes de concretizar trabalhos que demonstram qual a fase real do grafismo em que se encontram.
Apesar de algumas críticas construtivistas, relativamente ao nosso recurso às fichas, a verdade é que não foi nosso objectivo interromper por nenhum momento a plasticidade criativa das crianças mas sim tentar perceber do que eram capazes.
As actividades realizadas ao longo da semana foram planeadas de forma a ir ao encontro das necessidades e interesses das crianças, tendo por base as fases do desenvolvimento do grafismo sugeridas por Lowenfeld.
Deste modo concluímos que a semana foi bastante produtiva e que conseguimos atingir os objectivos a que nos propusemos, bem como que as dificuldades inicialmente apresentadas pelas crianças, no decorrer da nossa observação e diálogo com a educadora cooperante, justificavam-se pelo facto de lhes ser pouco proposto actividades na área do grafismo e com a exploração de diversos materiais.

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